Eu queria ir mais ao teatro. Essa é uma daquelas conclusões a que se chega sem saber muito bem de que forma, você apenas acorda com uma vontade insana de ir mais ao teatro. E é isso, nada de grandes visões com esse texto, não tenho nenhum segredo para contar, nada aqui vai mudar a sua vida, só queria dizer que queria ir mais ao teatro, achei que era importante.
Já acordou com a sensação de ter dormido por tempo demais? Como se tivesse ido para a cama ontem e acordou dez anos depois? Você de repente percebe que as coisas não estão onde você deixou na noite passada, as paredes estão mofadas, tem teias de aranha no teto, plantas mortas na janela e você fica se perguntando que diabos aconteceu, por quanto tempo você permaneceu adormecido?
É uma sensação estranha, essa.
Mas o texto não é sobre isso, é sobre minha vontade de ir ao teatro. Assisti meses atrás uma peça sobre os amores de Machado de Assis, um monólogo, para ser mais preciso. Monólogo, é assim que se chama uma peça de uma pessoa só? Deve ser. O ator era ótimo, aliás.
Podemos dizer que a vida é uma grande peça de teatro? É clichê demais, eu sei, e alguém já disse isso. Foi Chaplin, não? Acho que foi Chaplin. O problema é que se a vida é uma peça de teatro, é uma bem sem graça, cada vez mais sem graça pelo menos. O problema não está na peça, serei justo, acho que o problema são os atores.
Estão todos representado papéis caricatos de si mesmos, papéis sem cor. Lembram da vinheta daquela novela em que as pessoas eram cinzas, e os atores principais coloridos? É mais ou menos isso, mas os coloridos estão cada vez mais raros. É Senhora do Destino? A novela, digo. Deve ser, está passando de novo, devo ter lembrado por causa disso.
Mas o texto não é sobre isso, nem devia ser um texto, eu só queria ir mais ao teatro.
Por aqui toca Human, do Of Monsters and Men.
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