"Falar sem aspas, amar sem interrogação, sonhar com reticências e viver sem ponto final." - Charles Chaplin
Dia desses enquanto escrevia no
meu Journal (uma espécie de diário que mantemos aqui na escola), percebi que
estava utilizando aspas em diversas palavras, e para explicar as aspas eu abria
parênteses. Confuso, certo? Eu explico.
Por exemplo, todo vez que eu escrevia
uma palavra que não era exatamente o que eu gostaria de dizer, colocava entre
aspas:
- A viagem foi “boa”.
Na verdade não foi. Foi péssima.
Eu nem mesmo sei se posso usar
aspas dessa forma, mas eu uso (Algumas coisas só fazem sentido na minha cabeça).
Depois vieram os parênteses, pois eu precisava explicar, para mim mesmo ou
para quem fosse ler, o que aquelas benditas aspas significavam, exemplo:
- A viagem foi “boa”. (Choveu o
dia inteiro)
Pode parecer sem sentido, ou até
meio idiota, mas depois de repetir esse processo várias vezes e de múltiplas
formas diferente, me chamou atenção essa mania esquisita que adquiri, e acabei
percebendo que ela não é só minha.
Nós vivemos colocando aspas onde
não tem, pelo simples prazer inconsciente de complicar tudo, adoramos tratar o
que não é como se fosse e o que é como se não. Mania feia de colocar parênteses
em tudo, pra tentar explicar o que não precisa de explicação, ou o que não precisaria
de explicação se não tivéssemos colocado as aspas lá atrás.
Seria tão mais simples se nós disséssemos que a viagem foi péssima porque choveu o dia inteiro. Seria tão
mais simples se nós disséssemos o que estamos sentindo ao invés de ficar
arrumando desculpas para os sentimentos. Seria tão mais simples se nós disséssemos “eu não estou bem” ao invés de construirmos um muro ao redor do
nosso coração machucado.
Seria tão mais fácil simplesmente
SER, ao invés de ficar usando aspas, parênteses, vírgulas, pontos de
interrogação, exclamação ou finais.
Por um mundo com menos gramática
sentimental e mais simplicidade.
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