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Mens@gem para Você (1998) - Sobre amor, tempo perdido e as voltas da vida!

Acabei de assistir o filmes Mensagem para Você, por indicação do pessoal do Cinema com Rapadura.

Confesso que enquanto escrevo isso, sinto que faltarão palavras, que em algum momento, amanhã ou depois, eu irei perceber que esqueci algo importante, algo que eu estava sentindo e não percebi ou algo que só irei sentir depois.
Nunca fui alguém inclinado a assistir comédias românticas. Achava que eram todas iguais, bobinhas, rasas, feitas para você sentir que nada, nunca, na sua vida vai ser tão romântico ou perfeito quanto aquilo. E não vai. Isso é a vida, altos e baixos, defeitos e qualidades, pessoas imperfeitas tentando viver a vida juntas, amando, brigando, se completando, como um quebra-cabeças que nunca encaixará perfeitamente todas as peças.

Voltando ao filme, ele é de 1998, estrelado por Tom Hanks (meu ator favorito da vida) e Meg Ryan e conta a história da dona de uma loja de livros infantis e do dono de uma empresa gigantesca de livros, que se odeiam na vida real, mas trocam mensagens por e-mail sem saber que quem está do outro lado da tela é o “inimigo”.
Como disse anteriormente, parece bobo , e munido com todo meu preconceito, fui assistindo e em determinado momento me peguei gostando da história, dos personagens e da Mensagem que ele tinha para mim. A forma como os dois buscavam fugir da realidade através das conversas, as facilidades de se abrir com alguém refugiado na zona de conforto do seu quarto e a dificuldade de se olhar nos olhos e dizer o que está sentindo, me senti tocado de alguma forma. Me identifiquei com Joe Fox (personagem de Hanks), um cara que um dia percebe que se tornou uma pessoa de quem ele mesmo não gosta.

Em uma das cenas do filme, um diálogo me capturou daquele jeito que só o cinema consegue fazer. Kathleen (personagem de Meg Ryan) está conversando com seu “namorido”, um jornalista famoso, em um restaurante e a sequência é a seguinte:

Ele: Eu... Preciso te falar algo, você é uma pessoa maravilhosa e qualquer um teria sorte em estar com você...
Ela: Eu sinto o mesm...
Ele: Não diz isso, o que eu quero dizer é que... ham... eu...
Ela: Você não me ama? 
Ele: Não...
Ela: Nossa, isso... – Ela sorri como se largasse um fardo que há muito vinha sendo carregado.
Ele: Você também não me ama?
Ela: Não!
Ele: Nossa, isso é maravilhoso!

Tudo aconteceu com tanta cumplicidade, tanta naturalidade e com um impacto tão grande, que quando o filme acabou, vieram os créditos e depois a tela negra e eu continuei em transe, olhando inerte para a televisão, remoendo o que eu havia ouvido.
Porquê insistimos em algo que sabemos que não vai dar certo? Porquê perdemos tempo? Porquê desperdiçamos nossas energias em relações vividas apenas pela simpatia um pelo outro quando devíamos estar buscando aquilo nos faz feliz? E não estou falando apenas de felicidade no amor, e sim na vida!

Nossos sonhos, nossos projetos, nossos anseios e nossas paixões precisam ser vividas hoje. Não amanhã, quando quem sabe, não haverá mais tempo e ficaremos sentados sozinhos em um restaurante, pensando no tempo que perdemos.

Não insista no que não te faz feliz.

Insista no que te faz sorrir, que te dá aquele friozinho na barriga, que faz seu coração bater mais forte. Insista em VOCÊ!

Trailer:

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